Achados e perdidos
Estava de volta ao início
Tentando pôr tudo no lugar
A bagunça era visível
Não conseguia encontrar nada do que procurava
Mas o que procurava?
Nem ela sabia
Estava tudo tão perdido e espalhado que nem lembrava mais do que um dia já teve
Mesmo assim, ficava feliz quando encontrava alguma coisa que não lembrava que existia
Um leve sorriso aparecia no rosto quando isso acontecia
Procurava “lugares visíveis” para guardar e não perder de vista o que encontrava
Era um exercício diário porque, quando menos esperava, um desses “objetos” perdidos apareciam
Se não ficasse atenta, os achados passariam despercebidos feito nuvem que aparece e se desfaz
Se sentia como a mulher da parábola que perdeu a sua dracma dentro da própria casa, onde também a encontrou
Assim que a mulher achou a dracma, ficou feliz da vida e foi se alegrar com as amigas e vizinhas
A diferença é que se alegrava no seu íntimo
Celebrava em silêncio
A solitude era seu alimento
O gosto da solidão sempre lhe foi doce com sabor de contentamento e gratidão
E assim seguiu os dias descobrindo achados e perdidos na própria casa - dentro de si.
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