O som das palavras


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Os ventos sopraram fortes em sua direção 

Que mal dera tempo de se esquivar


Quando percebera estava envolta naquele redemoinho


Ficou zonza


Lutava com todas as forças para sair daquela espiral


Sons ocos


Assim traduzira o que chamara de ventos de doutrina 


Para as muitas vozes que a diziam o que fazer


As vozes vinham de todos os lados: 


“Você tem que isso”


“Você tem que aquilo”


E já não mais ouvia a voz da própria consciência 


Ou dos pássaros ou das correntes das águas


Ficara surda


Sem audição, os seus sentidos ficaram limitados 


E já não se comunicava de forma plena


Então, um lampejo de inconformismo fora despertado 


Por uma melodia que saltara da memória


Quis ouvir de novo o som dos pássaros, 


Das correntes das águas, da voz das palavras


As suas palavras


Lutou, se esforçou e saiu da espiral, 


Dos ventos que lhe diziam o que fazer


Compôs uma canção e cantou para a sua alma


Gostou do que ouviu, guardou no baú da memória 


E nunca mais parou de escrever e cantar


Para não perder de novo o som das próprias palavras

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Maiara Pires
Jornalista, escritora, ghostwriter, despenseira da graça de Cristo e embaixadora do Reino dos Céus. Escrevo para desenvolver pessoas e a mim mesma e difundir a sabedoria do alto. Saiba mais: https://linktr.ee/maiarapiresescreve