Permissão para pedalar
Na cesta da bicicleta, carregava palavras para passear Não sabia direito onde ia parar Seu semblante era de contentamento Pela permissão para pedalar Pequenas alegrias tinham cheiro e gosto de novidade Resolveu experimentar Trocou a pressa pela vagareza como companhia Para que pudesse fazer pequenas pausas Para sentir e tatear E sentiu a firmeza da vida Debaixo dos pés não vacilantes Ora no chão, ora no pedal De mãos dadas com o tempo Se deixou conduzir Pelos uivos do vento e canto dos pássaros Serpenteava por caminhos inexplorados até então Resolveu fazer mais uma pausa Avistou duas árvores Em uma, escorou a bicicleta Em outra, se escorou para descansar Apanhou as palavras que carregava na cesta A caneta e as folhas em branco Novas palavras saltavam de dentro Para tentar descrever os significados Daquela permissão.
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