Refazendo os passos

Foto: Pexels Havia um abismo entre os dois. As brincadeiras repetitivas eram disfarces daquilo que não verbalizavam. A irritação era o principal sintoma do turbilhão de sentimentos escondidos e sensíveis ao toque da pele. Um dos dois resolveu refazer seus passos, feito policial que reconstitui um crime. Voltou no tempo e se colocou em posição de observadora. Se percebeu correndo para o desconhecido. Tinha ideia dos desafios, mas não como lidar com eles. Descobriria por conta e risco. O que havia por trás dessa fuga? Não sabia. Mesmo com o mar revolto, colocou os pés na água e andou sobre ele sem saber para onde ir. Na verdade, sabia. Mas se sentia presa na jornada. Queria caminhar sozinha sem que ninguém a atrapalhasse. Por isso, o desejo de fugir sempre estava presente. Começou a se sentir enredada e prisioneira internamente. O sentimento de inadequação era visível, tangível e à flor da pele. Não sabia o que fazer com aquela sensação que só aumentava. A solitude era seu respiro, alívi...