Voltando ao eixo
Era segunda-feira, início da noite. Estava tomando banho quando foi “assaltada” de súbito por uma recorrente sensação incômoda que nunca sabia nomear. Medo era o nome mais próximo que conseguia definir, mas não tinha muita certeza.
Então, recorreu a metáforas. Aos poucos tal sensação começou a ganhar formas no seu imaginário. Eram rochas que apareciam do nada querendo impedir o curso do rio. O rio era ela mesma querendo fluir, mas não conseguia – o que a fazia sentir-se impotente, frustrada e angustiada.
A essa altura já tinha tirado da gaveta um dos seus cadernos de anotações aleatórias e colocado no papel aquelas impressões. Estava mais calma. Com isso, lembrou de algumas palavras cantadas que tinham a ver com aquela narrativa que acabara de escrever.
Fez uma busca na internet até encontrar tal melodia. Deitou no sofá, fechou os olhos e se deixou tocar por aquele canto. Tais palavras cantadas jorravam feito corrente unindo-se ao rio que há poucos minutos estava sendo impedido de seguir seu curso e, aos poucos, fluiu.
Uma luz se acendeu e passou a usar aqueles mecanismos – escrita e música – como reguladores emocionais para voltar ao eixo. 💡
Era o início da reconexão interior, voltando a ouvir a própria voz depois de tanto tempo calada pelos ruídos ao redor. Com tanto barulho, havia perdido a sensibilidade de captar aprendizados nas pequenas coisas para compartilhar com o mundo, como sempre fazia.
Foi quando lembrou de um vídeo que havia assistido, dias atrás, da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa falando sobre a importância de identificar os gatilhos que acionam coisas boas e os que acionam coisas ruins em si mesmo, ou seja, de saber como se funciona.
Recordou de quando a psiquiatra falou que esse autoconhecimento ajuda na autorregulação emocional. Agora podia compartilhar seus aprendizados:
Comentários
Postar um comentário