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Mostrando postagens de outubro, 2024

Abraço na alma

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Foto: Freepik Onde nasce a escrita? No espaço do silêncio. Dos porões escuros. Papéis marcados. Rabiscos. Anotações rasuradas. Em busca de sentido. Em busca de respostas. O espaço interno evolui com o tempo. O abraço da alma. O abraço na alma. De onde vem o frio? O frio da pele não era do ambiente externo. Tinha a ver com a frieza da alma. Procurava um cobertor. Onde estava seu cobertor?

Sobressaltos

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Foto: Unsplash Eu, aqui e agora com medo e frio na barriga. De repente, uma pontada de aflição que não sei de onde vem e por que vem. Mas ela agita meu ser dos pés à cabeça e vai embora como se nada tivesse acontecido, m e deixando nesse estado de inquietação por não sei o que. Respiro. Me acalento. Está tudo bem. Vai ficar tudo bem. Me convenço e sigo com medo d e novos sobressaltos.

Nas asas do vento

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Foto: Unsplash Gostava da zona de conforto ao mesmo tempo que tinha facilidade em sair dela. Se dar conta disso fez cair os pontos de interrogação que lhe acompanharam a vida toda. Fez uma retrospectiva. Observou as muitas vezes que havia saído daquela zona quentinha. Percebeu que aquele ninho nunca foi seu lugar. De onde vinha, então, aquela vontade de ficar quieta sem se mover? Investigou. Guardou para si o que descobriu. Eram muitas pontas soltas para explicar e ligar uma a uma. Mas entendeu. O ninho era seu refúgio, não era lugar de permanência. Podia entrar e sair quando quisesse. Precisava dele para se refazer, mas não abria mão de voar. Tanto que o fazia sem perceber. Quando se dava por si já estava pegando carona nas asas do vento.

Pedaços de vida

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Foto: Unsplash A sua vida era um quebra-cabeça, m as não sabia onde estavam as peças. O novo dia, às vezes, trazia uma e outra. Ia encontrando pelo caminho. Aos poucos iam se encaixando, uma a uma. Sua vivência havia se desintegrado em vários momentos. Por isso que os seus pedaços estavam espalhados. O seu estado de presença a fez enxergar a desintegração. Foi assim que percebeu que as peças não estavam no lugar. Mesmo que tivesse a melhor lupa, sabia que não ia conseguir encontrar. Gastar energia para procurá-las geraria perturbação e perda de vida Conversou com seu íntimo e resolveu só querer. Foi o suficiente para as peças aparecerem sem pressa. Cada uma no seu tempo e ocasião. Passou a se permitir observar a formação do seu próprio mosaico.

Descontaminada

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Foto: Unsplash A raiva não era dela. Pegou emprestada sem perceber. Se contaminou. Depois é que lembrou:  " Tendo cuidado de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem”. É o que diz o seu livro sagrado. Percebeu que já estava contaminada. Tratou de descontaminar. Como? Com a voz da consciência. O estado de presença. E alertou os outros que também se inflamaram. Investigou mais um pouco. Descobriu a origem. A língua. Então, lembrou:  “A língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza”. É o que diz outra passagem do seu livro sagrado. Refletiu. Lembrou do que ouviu. Se dissociou e se desintoxicou.

O frio de dentro

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Foto: Unsplash O cobertor era curto. Precisava se esquentar. O corpo inteiro. Dos pés à cabeça. O frio da sala parecia penetrar no seu interior. Era onde preferia ficar encolhida dentro da própria roupa, s e pudesse. Não queria ser vista. Nem citada. Nem lembrada. Queria ficar invisível. Um desejo incontido que lhe acompanhava em todas as estações. Ainda não descobriu o motivo. Mas queria. Não queria viver assim, c om a sensação de que todos a estão olhando e  se sentir mal por isso. Queria sentir a vida fluindo pelos sentidos. Olhar, cheirar, tocar, ouvir e saborear Experimentar. Pulsar.

Vestida de jardim

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Foto: Unsplash Eram 17 horas – o seu horário preferido das 24 horas. Nunca soube o porquê dessa preferência no ponteiro do relógio. Só sabia como se sentia: acolhida pela luz natural. Se essa luz fosse a do sol, melhor ainda. Se sentia viva. Contente. Não importava se o dia tinha começado bem ou mal. Às 17h, se se banhasse com aquele sol, esquecia do mundo. Parecia um momento mágico que não queria que acabasse. Fechava os olhos e se vestia de jardim. C om folhas e flores, se deixava balançar levemente pelo vento. Não sentia o peso do dia. Somente os raios de luz dissipando a escuridão.
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Maiara Pires
Jornalista, escritora, produtora de conteúdo multimídia, despenseira da graça de Cristo e embaixadora do Reino dos Céus. Escrevo para desenvolver pessoas e a mim mesma e para difundir a sabedoria do alto. Saiba mais: https://linktr.ee/maiarapiresescreve